sábado, 31 de maio de 2008

Lula deixa de ir a inaugurações em capitais

Na FOLHA DE S.PAULO:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que sua visita a Belém ontem deve ser a última a uma capital do país para anunciar obras até o fim das eleições municipais deste ano. A assessoria da Presidência não informou quantas capitais Lula já visitou neste ano.
"A partir de agora, vou esperar passar o processo eleitoral para voltar, porque quero voltar e inaugurar escolas técnicas, universidades, estradas, ferrovias, portos e aeroportos", disse Lula, durante cerimônia de lançamento de uma obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na cidade.
Além de não querer correr o risco de cometer ilegalidades em relação à legislação eleitoral, há também a possibilidade de não querer desagradar a líderes locais, ao subir em algum palanque, especialmente em cidades onde ainda não está claro quem o presidente apoiará.
Logo no início de sua fala, Lula criticou vaias que partiram da platéia para o prefeito de Belém, Duciomar Costa (PTB), e, depois, para a governadora Ana Júlia Carepa (PT), que estavam no palanque. Ele disse que aquela cerimônia era um "ato institucional", na qual estava se "exercitando a democracia".
Lula chegou a dizer que uma de suas preocupações era que a imprensa, ao relatar como tinha sido o episódio, não falasse dos investimentos ou dos planos anunciados, e sim das vaias.
"A minha preocupação é amanhã a imprensa, em vez de retratar os recursos para o Estado, retratar que o pessoal do PT vaiou o prefeito, que o pessoal do prefeito vaiou a governadora", afirmou.
O presidente também voltou a defender a recriação da Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia), afirmando que o órgão é um exemplo de que se deve preservar uma instituição, mesmo quando seus membros são acusados de atos ilícitos -como ocorreu com a instituição.
Lula defendeu a punição a servidores que cometam irregularidades. "A gente pune a pessoa e salva a instituição", disse ele, que fizera discurso parecido no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), na semana passada, no Rio de Janeiro.
Ao final da cerimônia, antes de seguir viagem para a Itália, o presidente foi questionado se as acusações ao deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, manchavam a história do movimento sindical. Disse que não poderia responder, pois está viajando muito e não tem acompanhado a história.
O deputado Paulinho é suspeito de participar de um esquema de desvio de recursos de empréstimos do BNDES, desbaratado pela Operação Santa Teresa da Polícia Federal.

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