quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Em um mês, devastação da floresta amazônica cai 22%

Na FOLHA DE S.PAULO:

Os satélites do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registraram que a floresta amazônica perdeu em setembro uma área equivalente a 40% da cidade de São Paulo. O ritmo de abate das árvores foi, porém, 22% inferior ao medido em agosto pelo mesmo sistema.
"Está caindo, mas a redução é insuficiente, não fico contente, não lanço rojão", observou o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente), ao comentar os dados do sistema Deter, de detecção do desmatamento em tempo real do Inpe, divulgados ontem.
Os dados não se prestam a medir com precisão a área desmatada, mas orientam a ação dos fiscais do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Em agosto e setembro, o Ibama aplicou multas no valor de R$ 212 milhões e embargou quase 37 mil hectares de terras.
Segundo o Inpe, mais da metade da área atacada na Amazônia em setembro (52,7%) foi classificada no grau mais radical de desmatamento. Outros 31,1% sofreram alto grau de degradação. Ou seja, em mais de 80% do total da área desmatada em setembro, a floresta estava praticamente destruída.
Com os 587,3 km2 desmatados em setembro, sobe para 6.268 km2 a área de desmate registrada pelo Deter em 2008. Isso equivale a mais de quatro vezes a cidade de São Paulo.
O Estado de Mato Grosso liderou o ranking da devastação em setembro. Mas é possível que o desmatamento no Pará tenha sido subestimado, porque 63% do Estado estava encoberto por nuvens no período, impedindo assim a visão dos satélites.
O desmatamento em setembro mantém uma tendência de queda em relação ao mesmo mês de 2006 e 2007. A média do quadrimestre -período em que tradicionalmente há mais desmate- mantém a tendência de queda nos últimos quatro anos. Minc associa os resultados a medidas como o embargo de terras, produção em áreas desmatadas e bloqueio de crédito aos produtores que não regularizaram suas áreas.
A taxa do desmatamento do ano deve ser divulgada em novembro, baseada nos registros feitos pelo sistema Prodes entre agosto de 2007 e julho de 2008. A expectativa é que ela interrompa a queda dos três últimos anos.

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