segunda-feira, 30 de março de 2009

Tenente desmente delegada

No AMAZÔNIA:

As circunstâncias da apresentação do policial militar que baleou um vigilante, cuja matéria foi publicada na edição do jornal Amazônia de segunda-feira, 23, ganharam uma nova versão. Lotada na 10ª Zona de Policiamento, a tenente Christine de Oliveira Pinheiro contestou a versão dada pela delegada Ana Rita Reis do Nascimento, de plantão na Seccional da Pedreira. A delegada disse que, ao apresentar o acusado, o cabo PM Edilson Silva Vasconcelos, a oficial afirmou que o vigilante teria tentado assaltar o PM e que por essa razão o baleou.
Segundo a tenente Christine, também é inverdade o fato de que a apresentação do acusado tenha levado mais de uma hora - tempo entre o momento em que houve a detenção e chegada do cabo PM à unidade da Polícia Civil. Ainda conforme a tenente, a ocorrência foi imediatamente comunicada ao coordenador do Centro Integrado de Operações (Ciop), capitão Charles. Ele a orientou a fazer o levantamento das testemunhas que estavam no local do baleamento. Não houve, garantiu a tenente, protelação para o deslocamento do cabo, conforme afirmou o delegado Fernando Flávio - que, disse a oficial, não se encontrava na seccional na hora da apresentação do acusado. A delegada disse que não iria fazer o flagrante, mas sim o próximo delegado a assumir o plantão. Quanto a essa postura, a tenente fez o seguinte comentário: 'Imagine só se o policial militar de serviço, e por estar faltando duas horas para o término do seu turno de serviço, deixa de atender uma ocorrência na rua?'.
Segundo a delegada disse na ocasião, a tenente não queria que se fizesse qualquer procedimento antes da chegada do advogado. Esta afirmação também é contestada pela oficial, que disse ter feito a apresentação do acusado sem a presença de qualquer advogado. A tenente Christine afirmou, ainda, que comunicou esse episódio ao comandante-geral da corporação, para que este adote as providências pertinentes ao caso.
O caso - O cabo Edilson Silva Vasconcelos foi preso e autuado em flagrante, na Seccional da Pedreira, por tentativa de homicídio. Ele é acusado de atirar no vigilante Aldeilson Ribeiro Parente, de 24 anos, que está hospitalizado em estado grave. A arma do crime, um revólver calibre 38, com quatro cartuchos, dos quais três intactos e um deflagrado, foi apreendida.
Segundo o delegado Fernando Flávio, diretor da Seccional da Pedreira, que lavrou o flagrante, duas testemunhas contaram que tudo começou porque um amigo do policial militar 'mexeu' com a namorada do vigilante. O PM foi tomar as dores do amigo. O baleamento ocorreu por volta das 3h30. As testemunhas contaram que estavam em frente ao Pagode do Bilão, na avenida Pedro Miranda, esquina com a travessa do Chaco. Aldeilson, a namorada dele e um casal de amigos (as duas testemunhas) tinham, antes, estado em um aniversário na Cidade Nova. Em seguida, foram para o bar.
Foi quando um homem, descrito como moreno e magro, amigo do cabo, 'mexeu' com a namorada do vigilante, agindo, segundo esses relatos, de forma desrespeitosa. Aldeilson foi tirar satisfação com esse desconhecido. Ambos brigaram fisicamente, em via pública. Mas a briga acabou. Ainda conforme as testemunhas, o cabo quis reiniciar a confusão. Ele queria segurar o vigilante, para que seu o amigo o agredisse. Os amigos de Aldeilson o afastaram dali. Nessa hora, ainda de acordo com as testemunhas, o PM sacou o revólver e atirou no vigilante, alvejando-o pelas costas. O disparo foi à queima-roupa, disseram as testemunhas.

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