terça-feira, 29 de setembro de 2009

Aprendendo a “se comportar”

No AMAZÔNIA:

Depois de uma manhã de folga elenco e comissão técnica do Clube do Remo tiveram uma tarde de sala de aula. Ou quase isso. Eles foram a um hotel da cidade para assistirem duas palestras. A primeira, com o árbitro Fernando José de Castro Rodrigues e a segunda com o jornalista Zaire Filho. Uma para esclarecer alguns aspectos da arbitragem e alertar os jogadores de comportamentos que podem gerar punições. A outra para mostrar aos presentes os meandros de uma cobertura jornalística e como melhor se portar em relação à imprensa.
A maioria dos jogadores do Remo nunca tinha passado por uma experiência dessas. Na verdade, com exceção dos que atuaram em outros estados, nenhum havia tido assistido palestras nesse sentido. 'Nunca tinha assistido a uma palestra como essa e é importante porque serve de orientação. Acho que todos absorveram bem o que foi dito, tanto quanto à arbitragem quanto ao trato com a imprensa', disse o lateral-direito Levy.
Algumas explicações surpreenderam a muitos ali. Quando Fernando Rodrigues disse que não há impedimento a partir de um tiro de meta, muitos se mostraram surpresos. 'O que me chamou a atenção é que não impedimento no tiro de meta. Isso é novo para mim e a maioria aqui. Não estávamos ligados a isso', reconheceu Levy.
Fernando José de Castro Rodrigues, que também é presidente do Sindicato dos Árbitros do Pará, reconheceu que falta à arbitragem nacional e mundial uma normatização para a quantidade de regras que dependem da interpretação do apitador. 'O objetivo do encontro foi esclarecer os atletas quanto às marcações. Isso facilita para os árbitros e para eles. Muitos cartões acontecem por desconhecimento das regras. Isso é uma falha das categorias de base no país todo, infelizmente. Não damos valor à formação. Mesmo que nem todos sigam a carreira de jogador profissional eles tomarão vantagem do conhecimento', disse. 'Está sendo feito um trabalho no mundo todo para a normatização da arbitragem para que haja um padrão definido. O que facilitará o entendimento dos atletas, da imprensa, do torcedor, de todos. Os procedimentos adotados hoje são recentes. Com esse trabalho todo que está sendo feito mais a renovação do quadro de arbitragem trará bons frutos', completou o árbitro.
O goleiro Evandro, um dos mais experientes do elenco, já passou por experiências como essa quando defendia clubes do sul e que isso deveria ser uma constante em todos os clubes. 'No Rio Grande do Sul os clubes fazem muito isso. Passei por experiências como essa na Ulbra-RS e no XV de Novembro-RS. É muito importante porque a gente precisa sempre estar esclarecido sobre essas adaptações das regras e não ser surpreendidos.'
Segundo o jogador, parte desse desconhecimento das regras é culpa dos próprios jogadores, que não procura se atualizar nem ler nesse sentido. A parte do clube, segundo ele, é promover eventos como o de ontem para manter os jogadores atualizados. 'Seria importante isso ser feito sempre nas categorias de base. O atleta em si é muito desligado quanto às regras, quer entrar em campo e jogar. Não quer saber de ler sobre o futebol e a parte intelectual é prejudicada. Não adianta nada ler um livro se não ter o esclarecimento do árbitro. Quase tudo é interpretação e cada um vê de uma forma diferente, por isso essas palestras e reuniões são importantes', afirmou Evandro.

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