segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Leilão de madeira apreendida custeia projetos para índios

Os recursos obtidos com o leilão de madeira retirada ilegalmente da Terra Indígena Alto Rio Guamá, no nordeste do Pará, serão aplicados em projetos de desenvolvimento sustentável para a comunidade. É a primeira vez os índios Tembé terão a oportunidade de recompor suas matas usando a arrecadação de leilões.
Serão investidos R$ 1,4 milhão em ações para a garantia da segurança alimentar e para geração de renda, principalmente a partir de projetos agroecológicos como o manejo de açaí, andiroba e copaíba, psicultura, apicultura e avicultura, além de ações de recuperação das áreas degradadas.
Os recursos foram obtidos em leilões de carregamentos de madeira apreendidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Polícia Federal, Polícia Ambiental e Fundação Nacional do Índio (Funai).
O projeto, batizado de Tenetehara, foi lançado por uma parceria entre o governo do Pará e o Instituto Vitória Régia, que vai executar o programa. O Ministério Público Federal no Pará (MPF) foi convidado para a cerimônia de lançamento por ter sido uma das instituições que fomentaram a atuação articulada de organizações governamentais e não-governamentais em apoio aos Tembé.
"É uma oportunidade de recompor parcialmente a dignidade dessas comunidades, bastante abaladas por séculos de exploração", ressaltou o procurador da República Alan Rogério Mansur Silva. “É um momento de muita satisfação para o MPF”, complementou. Para o procurador da República, é preciso realizar projetos semelhantes para beneficiar todos os povos indígenas.
“Estamos felizes e esperamos que outras fontes possam ser aplicadas, porque a nossa situação econômica é mínima", disse o cacique Valdecir Tembé. A Secretaria de Estado de Agricultura, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e a prefeitura de Paragominas também custearão partes do programa, que terá duração de 12 meses.
Também participaram do lançamento do programa Tenetehara lideranças Tembé, representantes do Programa Pobreza e Meio Ambiente na Amazônia (Poema), da Universidade Federal do Pará, o presidente da Funai, Márcio Meira, e integrantes de várias outras instituições colaboradoras.

Fonte: Assessoria de Imprensa do MPF

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