quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

O barulho banalizado

De um Anônimo, sobre a postagem Poluição persiste em Belém:

E a poluição sonora, como é que fica?
Continua a farra dos barulhentos no bairro do Umarizal durante as madrugadas dos finais de semana e não se vê a cor da Semma e outros organismos estatais.
É preciso fazer mais!


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Do Espaço Aberto:

Você tem razão, Anônimo.
É preciso fazer mais.
Muito mais.
O problema é que, parece, criou-se por aqui a cultura do barulho.
É tanto barulho, é tanto deboche, é tanta incivilidade que poucos ainda se dão conta das impertinências dessa gente.
É uma pena.
A violência, você sabe, já está há muito banalizada.
E além dela, o barulho.

2 comentários:

Sérgio Pinto disse...

E na esteira da inversão de valores, para essas pessoas, o problema não está em quem comete este tipo de ato mas em quem manifesta descontentamento pelos mesmos. Já ouvi dizerem que reclamar é coisa de repressores, autoritários, e, por aí vai. Mas estes conceitos, ao meu ver, se encaixam exatamente em quem impõe seu modo de vida aos outros, invadindo a privacidade das pessoas, o direito ao silêncio neste caso. Outro dia fiquei pensando, chega uma hora que esses retardados mentais cansam e vão querer descansar, dormir como qualquer ser humano normal, como os que eles passaram a noite importunando. Já imaginaram se fossem colocados trios elétricos embaixo das janela dessas figuras, pela manhã, na hora em que eles dormem e se tornam tão comuns e tão, digamos, "caretas"?

Anônimo disse...

A postagem do Espaço Aberto traz uma senha que não pode passar batida. Afinal, a banalização da violência e o barulho são peças de um quebra-cabeça que se encaixam com perfeição extrema. Ou será excesso imaginar que o tal barulho nas imediações da Doca, como em qualquer outro lugar, está sempre aditivado com outras “cositas” mais?... Aquelas coisinhas que, quando curtidas nas periferias das cidades, são sempre apontadas como causas relevantes na escalada da violência urbana?

Sim, eu falo daquele produto “made in Colômbia” (e adjacências), seus derivados e similares que, lamentavelmente, se espalham mundo afora, levando degradação moral e desgraça de toda ordem no mundo contemporâneo, solapando famílias e um sem número de talentos que os avanços da tecnologia produzem no seio da juventude dos nossos dias. São talentos que, desavisados, priorizam o culto ao barulho e as drogas pelas esquinas das docas da vida.