segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Sai o painel de Osmarzinho, entra o de Kobra


Duciomar, o Costa, Duciomar Costa, o dizque prefeito desta Belém que tanto queria vê-lo em Pasárgada, é um craque.
Convenhamos que é.
Duciomar não consegue, há mais de um ano, terminar uma calçada de 900 metros de extensão na avenida Braz de Aguiar.
Aliás, Duciomar não consegue terminar nada do que começa.
O pouco do que ele começa, o próprio não termina.
Às vezes, no entanto, Duciomar é original.
Como agora, por exemplo.
Ele abandona as coisas e se mostra tão enfadado em cuidar delas que acaba transferindo-as para outros.
O exemplo vivo está ali no Ver-o-Peso, bem ali na curva em que a Castilho França emenda com a avenida Portugal.
Se vocês estão lembrados, ali estava um painel.
Foi pintado há cerca de 25 anos.
Mostrava o então prefeito Almir Gabriel numa janela.
Quem pintou o painel?
Não foi um qualquer.
Quem pintou aquilo foi Osmar Pinheiro Jr., o Osmazinho, umas das maiores expressões das artes plásticas do Pará e que faleceu há poucos anos.
Pois bem.
Duciomar abandou aquilo ali.
Havia um gradil isolando a área.
Os feirantes tratavam aquele pedaço como um depósito a céu aberto.
Veja na foto do alto, remetida para o blog.
Aí, veio o Hangar.
Propôs a Duciomar que lhe fosse cedido o local para que ali fosse feita uma obra em grafite.
A prefeitura concordou.
Sem tugir nem mugir, assinou um convênio com o Hangar, que vai construir uma pracinha no local.
E onde era o painel vai entrar um mural.
Já começaram a pintá-lo (veja na foto acima, do blog, feita ontem à tarde).
O autor será o artista plástico paulistano Eduardo Kobra, que vai retratar a João Alfredo de antigamente, inclusive com o famoso bondinho.
Kobra é autor de obras do gênero em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e já recebeu propostas para em breve levar a Nova York, Londres e Paris, onde recentemente expôs no respeitado Museu do Louvre.
Nada contra o talento de Kobra.
Nada contra a intenção – boa – de revitalizar aquele espaço.
Nada contra.
Mas não seria conveniente encontrar uma forma de preservar o que estava ali?
Ah, sim. Vocês são dizer que a obra era bajulatória, que teve inspirações políticas.
Pode ser.
Mas o blog pensa na autoria do trabalho anterior, que estava lá.
No trabalho de Osmazinho que expressou um momento de Belém, um momento da cidade.
Ah, sim.
Vocês vão dizer que Duciomar abandonou ainda mais o que talvez já estava abandonado desde antes dele.
Aí, vocês têm razão.
De abandono em abandono, Belém vai ficando cada vez mais desfigurada.
É uma pena.

10 comentários:

Anônimo disse...

Meu prezado Bemerguy.
Respeito o seu ponto de vista, mas os belenenses e os paraenses todos, tenho certeza, não sentirão falta desse painel, dessa pintura, dessa puxação de saco ao ex-governador. O Dudu deveria completar o serviço: construir um monumento em homenagem aos mortos vivos da política paraense e lá reservar o pior espaço para expor uma foto do Almir - o rancoroso!

Anônimo disse...

Um absurdo, uam falta de sensibilidade, de respeito ao artista paraense.
O Osmarzinho não merecia isso. E logo do governo petista da Ana júlia, que , via Hangar, contrata por boa grana gente de fora pra tirar a arte dos nossos. É o fim da picada: esse Cobra pode ser um cobra, mas não merece ficar no lugar da arte do Osmarzinho.
A classe artistica tem que se manifestar, tem que impedir que desapareça mais um trabalho do nossos artistas.
Chega se Joana Pesoa!
Vamos dar um basta nesses abusos do governo petista com ajuda do prefeito Duciomar.
Será que isso faz parte do acordo deles?
Vá ver que é.

Anônimo disse...

Com tanta coisa importante pra fazer na cidade, esse PT da Ana Júlia e Joana Pessoa, tendo o Dudu como coadjuvante, resolve rataliar e tirar de cena uma obra de arte de um artista paraense de renome: Osmar Pinheiro de Souza Júnior que, em vida, trouxe garnde contribuição para a nossa cultura.
Além de um enorme desrespeito a figura política de Almir Gabriel, que, como prefeito da capital e governador desse Estado, deu grande contribuição para o desenvovimento do Pará e de Belém.
O povo vai saber julgar essa e outras arbitrariedades nas eleições de outubro.

Unknown disse...

Uma pena mesmo, uma grande pena...

Osmarzinho era um craque!

*Ps.: Se for pra apagar obras artísticas por bajularem político da ocasião, vamos logo começar por Brasília quase inteira, a partir do "Memorial JK"!

André Carim disse...

Concordo... Tinha que tentar salvar a obra original, mesmo com o Almir numa janela. Quem olhava para aquele painel tinha a impressão que existia alí um sobrado... Eu fui iludido diversas vezes... Abraços.

Anônimo disse...

O grande Osmarzinho, tão premiado fora daqui, nunca teve mesmo sorte com Belém. Um prefeito - não foi o Edmilson? - já havia mandado retirar os velames dele do Ver-o-Peso.
Agora vem o outro e, em parceria com o hangar (nem a propósito, obra de Paulo Chaves, é bom lembrar já que aqui se passa a mão na autoria de tudo, com a maior desfaçatez) que está doido para, convenientemente, tirar as marcas tucanas (de onde elas não dão lucro, bem entendido) e apaga-se da cidade mais uma obra do Osmar.
Nos países civilizados os marcos urbanos se mantém, nem que seja para escarmento dos pósteros.
Mas lá, nos países civilizados...
Aqui, é tudo feito mesmo de 1,99 e de oportunismos.
Não sei como se mantém aquela linda estátua da Praça da República.
Dá uma pontinha no ferro velho, sabia pessoal do hangar?

Anônimo disse...

Alguém tem que fazer alguma coisa. Como pode essa tal de Joana Pessoa já se achando a tal e, com certeza, com as bençãos da governadora Ana Júlia tirar a pintura de um artista consagrado como o Osmarzinho.
Chega!
O MInistério Público poderia MUITO bem entrar nessa e mandar parar essa prezepada feita na calada da noite de um final de semana.
Cena típica do PT.
Cena típica de oportunismo.
Cena típíca de vingança.
Cena típica de jogo baixo.
Cena típica de quem não governa, mas não se cansa de fazer política rasteira, prejuducando a arte paraense.

Anônimo disse...

O anônimo das 12:41 deveria também defender a retirada dos personagens que estão lá na fachada da Basíica de Nazaré, como o caboclo Plácido e o Dionísio Bentes (governador à época da inauguração da igreja) e uma família de operários, entre outras figuras, bem vestidos em seus paletós e gravatas.

Não entende nada de História e me parece ser um raivoso inimigo das Artes!

Anônimo disse...

Pasmei com a inércia dos orgãos de preservação, nas três esferas, com o silêncio e anuência a esse ultraje e desrespeito ao patrimônio artístico de nossa cidade, mas para vocês terem idéia da truculência e autoritarismo dessa senhora Joana Pessoa, os órgãos de preservação não foram consultados. Isso quer dizer que não havia pedido de aprovação desse projeto na FUMBEL, IPHAN e SECULT. É, essa turma acha que está acima das leis. Ligia Telles

Anônimo disse...

Realmente, é assustadora a maneira como as decisões são tomadas, isso tudo reflete uma ignorância geral. Pois se vocês forem reparar tanto as notas de jornalistas, quanto as matérias feitas anteriormente sobre a divulgação da confecção do painel do artista Kobra para Belém, em nenhum momento foi citado que o novo painel cobriria a obra de Osmar Pinheiro. Porque na verdade, deve-se admitir que nem os jornalistas da imprensa tinham este conhecimento e acredito que muito menos a administração do Hangar e demais órgãos de "cultura".
Agora ficam todos apatetados porque o crime já foi cometido e não tem volta.
Osmar Pinheiro foi tremendamente desreipeitado e o artista paulista Kobra não merece estar passando por toda essa chateação.