quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Ouçam Raúl Castro, este monumento vivo às liberdades!

Orlando Zapata morreu.
Era cubano.
Preso político.
Havia 85 dias estava em greve de fome.
"Acompanhei meu filho antes de morrer, voltei a vê-lo morto (...) Meu filho perdeu a vida, um assassinato premeditado. Meu filho foi torturado durante todo o tempo em que esteve nas prisões cubanas, objeto de sofrimento para a família", disse sua mãe, Reina Luisa Tamayo, no blog Generación Y - numa gravação em áudio.
E o governo cubano?
E o democrático governo cubano?
Quem falou por ele, claro, foi o presidente Raúl Castro, este monumento vivo às liberdades.
Disse-o:

"Nós lamentamos muito. Foi condenado a três anos e teve problemas na prisão.
foi levado aos nossos melhores hospitais, morreu, nós lamentamos muito" disse. "Isso se deve à confrontação que temos com os EUA, temos perdido milhares de cubanos."


Raúl Castro lamentando a morte de um preso político?
Oh, céus!
Como é que alguém pode brincar de forma assim tão despudorada – mas também tão pretensiosa – como Sua Excelência o democrata Raúl Castro, hein?
Digam aí.
Aliás, seria bom perguntarem a Castro, este orangotango político em franca evolução para um estágio, digamos, superior de clarividência política, qual a opinião dele sobre o movimento de translação da Terra.
Se vocês disserem que isso, a translação terrestre, se deve aos Estados Unidos, então vocês muito provavelmente acertaram.
Putz!
Que coisa!

6 comentários:

Anônimo disse...

Esse discurso fajuto, segundo o qual tudo o que acontece de ruim deve ser atribuído aos Estados Unidos, não convence mais ninguém que tenha bom senso e juízo crítico.
Se a prisão é cubana, a responsabilidade é dos cubanos, melhor dizendo, de quem a administra - no caso, a ditadura cubana.
Os Estados Unidos tem, sim, uma prisão na ilha - a de Guantanamo. Mas lá, os presos, que são os acusados dos atentados do 11 de Setembro de 2001, não morreram até agora. E, se morrerem, certamente os norte-americanos não dirão que a culpa foi do governo cubano e dos irmãos Castro.
Nosso presidente ainda disse que, se tivesse sido avisado, teria intercedido pelo fim da greve de fome.
Ora, a greve de fome foi iniciada em dezembro de 2009 e havia entidades de todo o mundo pedindo pela liberdade do dissidente Zapata Tamoyo.
Só o nosso presidente não sabia disso...

Anônimo disse...

Perguntinha impertinente: será que nos gobiernos socialistas-bolivarianos da Venezuela e Bolívia, berços da "new democracia", haverá ao menos 1 minuto de silêncio para lamentar a morte de um preso político cubano que ousava gritar por Direitos Humanos?
Será?

E os adoradores-viuvas do regime ( ponha regime, de fome) dos hermaños Castro em Cuba, alguma palavra de conforto à família do preso político morto?
Ou é bem feito, quem mandou ousar discordar do pensamento dos grandes líderes Castro brother's?

Alguma página crítica sobre isso?

Anônimo disse...

Tenho muito interesse em ler um comentário daquele cidadão Andersonn que apareceu aqui pelo Blog do Espaço Aberto, achando que tem opinião formada sobre neoliberalismo, socialismo e tudo mais. Um comentário sobre a situação de Cuba que o Lula apoia e financia obras, com o nosso dinheiro. Agora é um porto de lá, enquanto que o daqui - O Espardate - continua esperando investimento.

Anônimo disse...

O governo brasileiro não pode aliar-se a ditaduras, especialmente para vivenciar ações contra a liberdade.
Se não podia fazer as críticas lá em Cuba, faria quando chegasse no Brasil!

Anônimo disse...

Andersonn, deve ser invenção da Miriam Leitão:

Deu em O Globo Ilha
presídio

De *Miriam Leitão*:

Foi constrangedor ver a cena do presidente Lula e seus assessores rindo do
lado dos Castros de Cuba, enquanto o governo cubano prendia os amigos de
Orlando Zapata que tentavam comparecer ao enterro.

A mãe de Zapata disse que ele era torturado sistematicamente; o desespero
foi tal que ele ficou 84 dias sem comer. E lá estava o nosso presidente
sorrindo e brincando com os ditadores.

Tenho dito aqui que concordo com a necessidade de se apurar as torturas e
mortes de opositores durante a ditadura brasileira, mas o governo fica sem
moral para defender que, no Brasil, os militares que torturaram e mataram
sejam punidos, se aceita se confraternizar com quem tortura e mata
integrantes da oposição em Cuba.

Os detalhes da morte de Orlando Zapata Tamayo lembram os piores regimes. A
casa dele, onde o corpo foi velado, ficou cercado de seguranças. Pessoas
tentavam chegar perto do livro de condolências e não conseguiam. Alguns
amigos dele permanecem presos só por querer ir ao enterro.

A mãe, Reina Zapata, disse que o filho era “prisioneiro de consciência” e
pediu que o mundo cerre fileiras em defesa dos outros prisioneiros políticos
de Cuba.

Ou o governo Lula acha normal a tortura e a morte de dissidentes, e aí tem
que abonar o passado brasileiro, ou então tem que declarar sua defesa aos
direitos humanos dos cubanos.

E que não se diga que isso é assunto interno dos cubanos, porque terá que dizer que a queda de Manuel Zelaya era um assunto dos hondurenhos.

Anônimo disse...

Andersonn, a imprensa novamente. É um horror. Só mentira da direita:


Cinco dissidentes cubanos estão em greve de fome, diz grupo

REUTERS

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HAVANA - Cinco dissidentes cubanos declararam greve de fome para pedir a libertação dos presos políticos após a morte nesta semana de um oposicionista depois de 85 dias sem comer, disseram ativistas nesta sexta-feira.

A Comissão Cubana de Direitos Humanos afirmou que os protestos foram motivados pela morte na terça-feira de Orlando Zapata, preso político em greve de fome desde dezembro passado para protestar contra as condições de detenção.

Quatro presos deixaram de ingerir alimentos em dois cárceres da província de Pinar Del Río, no extremo oeste de Cuba, disse o grupo em um comunicado.

Também na cidade de Santa Clara, no centro do país, 270 quilômetros a leste da capital, o dissidente Guillermo Fariñas começou na noite de terça uma greve de fome e sede para exigir a libertação de 27 presos políticos que, disse, estão graves.

"A chama que Zapata acendeu com sua rebeldia não se deve deixar que se apague", disse Fariñas à Reuters por telefone.

"Se temos de nos imolar, vamos nos imolar para demonstrar ao mundo que a morte de Zapata não foi uma casualidade", acrescentou.

Psicólogo de 48 anos, Fariñas fez em 2006 uma greve de fome de vários meses para reivindicar livre acesso à Internet. Acabou sendo internado e alimentado por via intravenosa.

A morte nesta semana de Zapata, um encanador de 42 anos que cumpria uma pena de mais de 25 anos de prisão, foi criticada por países amigos e inimigos.

EUA, União Europeia, Espanha e outras nações pediram que Cuba liberte seus presos políticos.

O presidente cubano, Raúl Castro, disse lamentar a morte, mas responsabilizou os EUA por ela, a quem acusa de apoiar os dissidentes.

Cuba diz que em seus cárceres não há presos políticos e sim "mercenários" recrutados pelos EUA para destruir seu sistema socialista.

(Reportagem de Esteban Israel)