quarta-feira, 27 de julho de 2011

Unimed resiste. E põe a vida humana sob grande risco.


A carta de Rafaella Teixeira. E a Unimed? Nem aí.
A Unimed, aquela do slogan enternecedor - "O melhor plano de saúde é viver. O segundo melhor é Unimed" - poderia acrescentar um terceiro plano como o melhor: cumprir decisões judiciais que a obrigam a cuidar para que seus beneficiários não morram.
A Unimed, aquela mesma que já deixou sob presa de aflições pacientes que sofrem de câncer, bem que poderia render-se naturalmente ao senso de humanidade que, presume-se, deve acompanhar as ações daqueles que atuam na área de saúde, em vez de fazê-lo sob a imposição incontornável de decisões emanadas do Poder Judiciário.
No dia 6 de julho passado, o juiz Alvaro José Norat de Vasconcelos, titular da 12ª Vara Cível respondendo pela 13ª Vara Cível, concedeu liminar obrigando a Unimed Belém a custear o transplante de medula óssea de Rafaella Serrano Teixeira, que ingressou em juízo com ação de obrigação de fazer com pedido de tutela antecipada e indenização por danos morais contra a operadora de plano de saúde.
O processo leva o nº 0022613-13.2011.814.0301 e está disponível para consultas no site da Justiça Estadual.
"Com efeito, a documentação produzida nos autos não deixa dúvidas acerca do estado emergencial em que se encontra a autora , necessitando de cuidados o mais rápido possível. O perigo de dano irreparável ficou evidenciado pelos documentos acostados aos autos, já que a autora, com leucemia, precisa de cuidados emergenciais para a recuperação de sua saúde. Desta forma, a autora demonstrou a necessidade do procedimento, por orientação médica, resultando a verossimilhança a ensejar o deferimento da tutela na forma antecipada", diz trecho da decisão liminar, que você lê na íntegra clicando aqui.
E aí, o que fez a Unimed, aquela para quem "o melhor plano de saúde é viver. O segundo melhor é Unimed"?
Nada fez.
A Unimed condoeu-se, sensibilizou-se, rendeu-se ao senso da humanidade, quedou-se diante de suas obrigações?
Não.
E o que fez a Unimed?
Resistiu à decisão judicial.
Resistindo, recorreu por meio de agravo de instrumento para tentar derrubar a liminar.
Mas não conseguiu.
O relator, desembargador Leonardo Tavares, sapecou o seguinte na sua decisão (que você pode ler na íntegra aqui):

"Em que pese as alegações aduzidas pelo recorrente [a Unimed], em conjunto com a documentação acostada, não se vislumbra, neste momento, a possibilidade da decisão ora agravada causar lesão grave que cause difícil reparação ao mesmo, pois a princípio, não vejo dano iminente ao agravante."

E agora?
Cabe à Unimed respeitar a decisão liminar juiz Alvaro José Norat de Vasconcelos.
Cabe à Unimed revelar seu senso de humanidade. Nem que seja tangida a fazê-lo sob o tacão do Poder Judiciário.
Mas haverá a Unimed de render-se ao seu próprio slogan, segundo o qual "O melhor plano de saúde é viver"?
Rafaella Serrano Teixeira espera que sim. Ardentemente.
Porque Rafaella precisa viver. Com ou sem a Unimed.
Ah, sim.
E ainda tem uma carta endereçada ao presidente da Unimed Belém, o médico César Neves.
É datada de 6 de abril deste ano.
Assinam a carta Rafaella e seu pai, Carlos da Silva Teixeira.
Cliquem na imagem acima para ler melhor.
E a Unimed, o que fez diante das súplicas de Rafaella e seu pai?
Nada.
Foi precisa que eles fossem à Justiça para, digamos, sensibilizar a Unimed.
Porque, vocês sabem, "O melhor plano de saúde é viver. O segundo melhor é Unimed".
É?

12 comentários:

Anônimo disse...

Fosse o juiz e imporia multa diária de um milhão de reais para cmprimento imediato da decisão, bem assim como pena de prisão, pelo eventual descumprimento, contra os dirigentes da empresa.
Não é o caso de sensibilizar, é o caso de obrigar a fazer o que está obrigado por lei, ainda que o contrato não diga isso!

Anônimo disse...

E agora, dona UniMEDO, não vai nem responder?
E olha que grana para publicidade e propaganda ela tem.
E muita.

Anônimo disse...

Ano passado contribui em pagamento para a Unimed com quase 5 mil reais e não usei nada. Graças a Deus. Fiquei penalisado com essa situação postada por vc. Agora me deu um medo lascado. Vou pensar duas vezes e migrar para outro plano, nem que seja um de seguro-saúde. Vou estudar uma saída deste plano e conversar com meus parentes que são associados a estudarem um desligamento.

Anônimo disse...

Sou amigo do Carlos, estou solidário com esta luta, vou mandar preparar 500mil panfletos para distribuir na cidade,por toda esta sacanagem!!

Anônimo disse...

Que vergonha para um plano que se diz o melhor.... Depois dessa vou migrar meus filhos e meus pais para outro.

Anônimo disse...

Temos que divulgar isso, pois isso poderia acontecer com qualquer um de nos... As pessoas tem que saber p que tipo de plano Els pagam

Anônimo disse...

Paulo, tenho blog também. Vou divulgar essa sua matéria para uns amigos com blogs e colocar no twitter. Meu cunhado trabalha na folha de são Paulo, vou enviar para lá esse artigo. Precisamos DIVULGAR. Pois o próximo pode ser um de nos.

Anônimo disse...

Que horror

Anônimo disse...

Cancelei mês passado meu plano na Unimed, possuía a mais de 10 anos, as poucas vezes de que precisei fui mal atendida, não me davam assistência alguma. Façam o mesmo, não joguem seus dinheiros no LIXO, e ainda mais enriquecendo pessoas como esse médico.

Anônimo disse...

Anônimo das do dia 27/07 das 21:32 peço a sua colaboração para divulgar em todos os blog´s que vc puder, inclusive na Folha de São Paulo, fico muito agradecido.

Carlos Teixeira

Anônimo disse...

Estou estarrecido com esta situação, como pode um plano de saúde como a Unimed proceder desta forma com uma vida, onde estão os médicos com os seus juramentos?????
Esta atitude é normal?? E a Justiça porque não prende os seus dirigentes que estão desobedecendo uma determinação, Juiz e Desembargador não pedem, DETERMINAM. Vamos ver o desenrolar de tudo isso.

Anônimo disse...

Parabéns pela publicação do Espaço Aberto!