terça-feira, 21 de agosto de 2012

Queremos câmaras e prefeituras cheias de Tiriricas?


Então é isso.
Chegou o horário eleitoral gratuito.
Que não é tão gratuito assim.
As emissoras de rádio e TV, que se tornam palanque eletrônico por 45 dias, quando vão pagar o Imposto de Renda recebem uma compensação fiscal em troca dos minutos que cederam aos partidos políticos.
Tradução: o Fisco deixa de arrecadar tributos. O Estado é que paga a encomenda. A sociedade, portanto, é que paga a conta.
E haja dinheiro envolvido nessa parada.
A própria Receita Federal estima que, em 2010, a compensação fiscal dada às emissoras pela transmissão da propaganda eleitoral chegou a R$ 850 milhões.
Não é pouco.
E os candidatos deviam se lembrar disso quando vão se expor ao distinto eleitorado.
Nos preciosos minutos, ou mesmo segundos de que dispõem, precisam evitar fazer do rádio e da TV um picadeiro.
Como fez o Tiririca - vejam o vídeo acima.
Sim, é certo: Tiririca, com uma performance como essa, elegeu-se o deputado federal mais votado do Brasil, no último pleito.
E aí?
Só por isso pode-se considerar que a palhaçada venceu?
Só por isso pode-se considerar que o exótico é sempre o caminho recomendável?
Só por isso pode-se considerar que uma propaganda dessa é que é a boa, enquanto todas as outras são ruins?
Queremos prefeituras e câmaras cheias de Tiriricas?
Ou está bom - mais do que bom - apenas um Tiririca na Câmara dos Deputados?

Um comentário:

Anônimo disse...

O problema não tá no horário gratuito, muito pior se tivesse que ser comprado, expondo à população a assistir 'propostas' dos que podem pagar e imaginem a lama de bandalheiras privadas que seria tecida por trás. O problema é candidatos assim. E como mudar? lista fechada é a resposta.