quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O Congresso, fazendo seu melhor, revela o seu pior

Meus caros, é verdadeiramente assustador.
O augusto Congresso Nacional, o nosso Congresso, só não faz mesmo o que não quer fazer.
Se quiser fazer, até mesmo o mar vira sertão, e o sertão vira mar.
Nesta disputa para votar o veto da presidente Dilma à lei dos royalties, o Congresso, fora de brincadeira, mostra o seu pior até mesmo quando está mostrando o seu melhor.
O melhor do Congresso é revelar, episodicamente que seja, a sua independência em relação ao Executivo, ao qual sempre se mostra submetido, vergonhosamente submetido.
Ao mostrar independência, no entanto, o Congresso revela seu lado desidioso, negligente, irresponsável e, por último mas não menos importante, preguiçoso.
Aliás, preguiçosíssimo.
O Congresso, por ampla, esmagadora maioria, decidiu votar logo, imediatamente, mais rapidamente do que nunca o veto presidencial à lei que alterou as regras da partilha dos royalties decorrentes da exploração de petróleo.
Dois Estados produtores foram ao Supremo, e o ministro Luiz Fux barrou a sessão, acolhendo a tese de que, primeiro, será necessário que deputados e senadores apreciam cerca de 3 mil vetos que estão na frente.
E aí?
E aí que suas excelências não esquentaram a cabeça.
Hoje mesmo, devem votar tudo, tudinho, de uma talagada só.
São vetos, amigos, que estão na gaveta desde o ano 2000.
Há doze anos na gaveta.
O que suas excelências faziam nesse tempo todo?
Trabalhavam?
É provável que sim.
Trabalhavam tanto que não se deram conta do acúmulo de matérias pendentes.
Agora, resolveu-se, num átimo, esvaziar a pauta, votando em bloco.
Suas excelências - eles e elas - sabem a relevância dessas matérias?
Conhecem-nas profundamente?
Ainda que tenham trocentos assessores, estarão perfeitamente instruídos sobre o que estão votando?
O Congresso, enfim, passou 12 anos deixando em banho-maria 3 mil matérias pendentes de votação.
Mas, em poucas horas, esvaziará a pauta.
Putz!
Quanta eficiência.
Ah, sim. Um esclarecimento: o Espaço Aberto continua defendendo a partilha dos royalties, entenderam? Porque acha que faz justiça a Estados como o Pará.
O blog só não defende é que o Congresso, querendo fazer o melhor, revela o seu lado pior.
Ou um de seus piores lados.

4 comentários:

Anônimo disse...

Para esse pessoal, os fins justificam os meios!
Quero ver quando disserem que a quantidade de petróleo do pré-sal não é aquela que se imaginava.kkkkkkkkkkkkkk

Anônimo disse...

Nada fazem o ano inteiro, agora querem por conveniência e a toque de caixa, desencalhar tudo e resolver.
Uns palhaços muito bem remunerados por nós.

Anônimo disse...

A preocupação do primeiro anônimo procede. Nos anos oitenta, o então presidente José Sarney anunciou a descoberta, no município de Breves, no Marajó,de uma reserva de ptróleo superior à do mar do Norte, no Reino Unido. Na semana seguinte, o desmentido. A Texaco,que estavas quase falida recuperou o valor das suasações numpiscar deolhos.
No caso do pré-sal, os políticos estão briando por uma coisa que ainda não existe.Caso as reservas se confiem, a exploração comercial só se dará dentro de 15 a 20 anos, pois a tecnologia para tal ainda stá sendo desenvolvida e o país ainda nem fechou as parcerias econômicas necessárias para viabilizar esse processo de exploração.
Felizmente,a maioria dos deputados nãoembarcou na canoa furada.
Por outro lado, seria interessante que o governo do Rio de Janeiro demonstrasse para o pais como gastou os R4 20 bilhões que recebeu de royalties este ano.

Anônimo disse...

Será que ainda não sacaram que o Congresso queria votar todos os 3.060 vetos porque amanhã acaba-se o mundo? Como são muito proativos, não querem deixar nada pendente.

Kenneth Fleming