quinta-feira, 16 de maio de 2013

Joaquim Barbosa tem sido preconceituoso com advogados

Joaquim Barbosa: "Não suponha que todos nesse tribunal sejam salafrários, ministro, e só Vossa Excelência
seja uma vestal", já lhe disse recentemente seu colega Marco Aurélio Melo.
Muito interessante - interessante mesmo, além de reveladora - a discussão travada no CNJ sobre supostas exacerbações nas prerrogativas no atendimento a advogados na Justiça de São Paulo.
Os debates deram ensejo a que o presidente do Supremo e do CNJ, ministro Joaquim Barbosa, se permitisse uma galhofa, um deboche, que no caso dele, por ser magistrado, pomposa e solenemente deveríamos chamar de boutade.
Um chiste (ohhh!), se quiserem.
Ou uma facécia (chega!).
“Mas a maioria dos advogados não acorda lá pelas 11 horas mesmo?”, brincou o presidente do CNJ, em meio a discussões de um provimento do Tribunal de Justiça de São Paulo que reservou o período das 9h às 11h para os serviços internos nos órgãos da Justiça paulista, limitando o horário de atendimento aos advogados a partir das 11h.
A galhofa - ou boutade, ou chiste, ou facécia, porque de ministro do Supremo - poderá ficar por aí mesmo, não fosse Joaquim Barbosa quem é: presidente do CNJ, do Supremo Tribunal Federal e a quem advogados não são simpáticos; aliás, muito pelo contrário.
Pois é.
O ministro foi preconceituo, não é?
Precisamos dizer claramente isso: preconceituoso.
Preconceituosíssimo.
Ele tem todo o direito de nutrir antipatias por advogados, na figura dos quais, segundo se presume dos juízos que expende, deve ver um bandido em potencial, sempre farejando a oportunidade de conluiar-se com juízes.
Mas Barbosa não tem o direito de, no exercício da função judicante, ou mesmo no âmbito de uma função administrativa e regulamentar, como a que compete ao CNJ, agarrar-se a preconceitos como os que pôde expor no seguinte diálogo que travou com outro conselheiro, Jefferson Kravchychyn, durante a mesma sessão:
- Vossa excelência sabe o que vai acontecer? Funcionários chateados e ressentidos. Essa pretensão [da advocacia] é arbitrária”, disse o presidente do CNJ.
- O senhor nunca advogou”, afirmou Kravchychyn.
- Advoguei, sim, mas jamais fiz pressão sobre juízes. [...] Vamos deixar de lado o corporativismo. Por conhecer um pouco o ser humano e sobretudo o ser humano deste país, digo o que vai acontecer”, acrescentou.
Mas o que estava sendo discutido, gente, era um provimento referente a horário de atendimento de advogados.
Não se tratava ali sobre pressões, cambalachos, corporativismos, conluios, patifarias, chicanas.
Não.
Mas Barbosa foi cavucar. Cavucando, encontrou ali, naquela oportunidade, a oportunidade de, mais uma vez, externar o seu preconceito, o seu prejulgamento, os seus juízos, que o levam a vislumbrar em advogados profissionais desprezíveis, quase decaídos para a delinquência irreversível.
Claro, o ministro não reconhecerá essa sua propensão natural, por entende que ele, apenas ele e somente ele "conhece um pouco o ser humano e sobretudo o ser humano deste país".
Sua Excelência dirá sempre, como tem dito, que não gosta é de corporativismo, não gosta é de conluios, não gosta é de pressões espúrias.
Sim, não é só ele que não gosta.
Ninguém gosta.
Mas Joaquim Barbosa, como já o disse recentemente o ministro do Supremo Marco Aurélio, é aquele que se julga uma vestal. Uma vestal que olha de cima, muito de cima pra baixo.
Olhando, enxerga, lá embaixo, uma escória, uma cambada de salafrários, seja no Supremo, seja em outros fóruns e âmbitos.
Joaquim Barbosa, repita-se, foi preconceituoso.
E logo ele, que já foi alvo de preconceitos.
Por já ter sido - ou mesmo estar sendo, segundo acreditam muitos - vítima de preconceitos, o ministro deveria cultivar a temperança para não prejulgar todo mundo. E prejulgar com base em conceitos desabonadores sobre gente que ele nem conhece.
Mas a temperança, vocês sabem, é requisito que o ministro Joaquim Barbosa, ao que tudo indica, não se dá o trabalho de cultivar.
É isso.
O que fazer?

3 comentários:

Anônimo disse...

Em um país que falar a verdade é crime. Como sempre o Ministro Barbosa
é criticado por mostrar a verdade.

Anônimo disse...

Só o Ministro Joaquim se julga um vestal? Fala sério, quem acompanha a TV Justiça, vez ou outra, identifica vários vestais entre eles, né? Esse cargo não deveria ser vitalício, deveria ser por 6 ou 7 anos, mais ou menos, o que daria a possibilidade desses respeitáveis senhores e senhoras retornarem ao nosso mundinho indefectível. Simples assim.

Anônimo disse...

Dá-lhes Barbosão!!
Vc tem licença poética até pra errar!É a voz do povo, sumano.