sexta-feira, 31 de maio de 2013

Victor. O goleiro. O cara. O herói.




Que coisa, meus caros.
Que coisa.
Você ai, leitor do Espaço Aberto, que já estava dormindo ontem à noite, por volta das 23h, perdeu o jogo mais sensacional, mais eletrizante, mais improvável, mais épico, mais imperdível desta Libertadores.
Se o blog escreveu épico, foi para evocar Nelson.
O velho Nelson.
O inigualável Nelson.
O tricolor Nelson.
Nelson Rodrigues.
Ele disse uma vez que em nenhuma atividade humana a glória está tão próxima da tragédia, o topo está tão próximo do abismo como o futebol.
E no futebol, o goleiro encarna à perfeição, em regra, na medida essa máxima.
O goleiro é aquele que, num momento, faz uma defesa salvadora, é ovacionado pelo estádio inteiro e se vê o destinatário de todas as glórias e loas.
O goleiro é aquele que, no momento seguinte, falha clamorosamente, toma um frangaço daqueles. E seu time perde o jogo. O estádio inteiro, o mesmo que um minuto antes se levantara para erigi-lo como um herói dos sete mares, vai erguer-se novamente. Desta vez para condená-lo.
Victor, meus caros.
Victor.
Esse é o cara.
Esse é o goleiro.
Ele estará hoje, amanhã, nos próximos dias em todas as manchetes, em todos os programas esportivos do Brasil, em todos os comentários de mesa de bar como uma estátua viva.
Cliquem aqui para vocês verem a sua performance no jogo de ontem, em que o Atlético-MG empatou com o Tijuana do México por 1 a 1 e se classificou para as semifinais da Libertadores.
Victor, o goleiro atleticano, que já salvara um gol certo dos mexicanos aos 24 minutos do segundo tempo, fez outras defesas capitais e aos 48 minutos do segundo tempo, no último, no derradeiro minuto do jogo, defendeu um pênalti com o pé esquerdo, meus caros.
Com o pé esquerdo (vejam na foto lá do alto, de Ramon Bittencourt/LANCE!Press).
E classificou o Galo.
Vai que Victor - toc, toc, toc - falhasse no momento seguinte e o Tijuana, marcando um gol, se classificasse.
Nem queiram saber.... Ou saibam: Victor, o herói, seria rebaixado e vilão em um minuto, seria esconjurado pela mesma torcida que hoje o erige como estátua viva, como herói de uma batalha épica.
Viva Victor.
Viva o goleiro.
Viva o futebol emocionante, que nos ensina, entre tantas outras coisas, a relativizar tanto as glórias como as tragédias.
E vejam, no vídeo acima, algumas defesa de Victor no ano passado.
Algumas defesa de herói.
Igualmente, de herói.

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