quinta-feira, 3 de abril de 2014

Supermercadistas tremem com a possibilidade de greve


Há supermercadista em Belém que está apavorado.
Para dizer melhor: está apavoradíssimo.
A deliberação de 600 comerciários, que aprovaram em assembleia-geral entrar em greve a partir da próxima segunda-feira, dá um frio na espinha sobretudo nos controladores de grandes grupos.
É que os 600 comerciários que compareceram à assembleia externaram as vozes e disposições de nada menos de 40 mil trabalhadores de supermercados em todo o Estado do Pará.
Desse contingente todo, milhares deles protagonizaram um feito histórico em Belém, em junho do ano passado, durante as jornadas que inundaram de multidões as ruas de centenas de cidades do país.
O feito histórico consistiu em fazer com que todos os grandes supermercados da Região Metropolitana de Belém literalmente fechassem suas portas, em virtude de uma greve que reuniu maciçamente a categoria.
A paralisação, que começou com os trabalhadores do Grupo Líder (na foto, a loja da Doca), atraiu a adesão das demais redes da Grande Belém. E ao cabo das manifestações, que duraram pouco mais de uma semana, a categoria conquistou a redução na jornada de trabalho, de 8 horas para  7 horas, com 30 minutos de intervalo, além de aumento no valor do tíquete alimentação mensal.
É por isso, justamente, o medo dos empresários do setor, que em alguns casos está beirando o pânico.
Eles sabem que a mobilização dos comerciários pode se repetir agora. E com muito mais força.
Sabem mais: que retesar muito a corda na mesa de negociações pode acabar animando até mesmo os mais tímidos e recatados a revelarem casos escabrosos de assédio - moral e sexual - que são passíveis, como se sabe, de reprimenda nas área penal e cível.
O que pretendem os comerciários?
Querem um reajuste salarial de 20%.
Pleiteiam ainda o aumento do tíquete de alimentação, de R$ 182 para R$ 230; a redução da jornada de trabalho aos domingos, que encerraria às 14 horas, e não mais às 22 horas; a conversão do benefício de quinquênio para anuênio e a manutenção de seis feriados anuais.
Isso, tecnicamente, é uma pauta de reivindicações trabalhistas.
Na prática, no entanto, é a confirmação de que uma categoria enorme como essa acordou para os seus direitos e vai passar a cobrá-los na justa medida do que lhe conferem as leis e na exata proporção da relevância das atividades que exercem.
É por isso o medo de alguns empresários.

2 comentários:

Anônimo disse...

Além do medo dos empresários, ainda há o descontentamento dos usuários que frequentam os supermercados da Doca e de Batista Campos. Ou não vale fazer um mea culpa que você saiu esbravejando quanto ao atendimento, que, muitas vezes, decorre de falta de treinamento e garantias mínimas de trabalho daqueles que têm de se submeter ao regime de turno ininterrupto de revezamento?

Anônimo disse...

Tô com os funcionários.
Todos os funcionários de todos os supermercados são explorados; os acordos não são cumpridos pelos patrões.
Greve neles!