quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Depois do Trump deles, fiquemos de olho no nosso Trump


Leiam com atenção o artigo abaixo.
É assinado por Ranier Bragon e está publicado na "Folha de S.Paulo", edição desta quinta-feira (10), sob o título "E agora?"
E não encarem o tema em debate como brincadeira.
Porque, se Donald Trump venceu lá, por que Bolsonaro, o nosso Trump, não pode vencer aqui?

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Permita-me não falar de Trump. Eram 11h45 desta quarta (9) quando encontrei o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), 61, em uma das entradas do Congresso. Como de hábito, cercado por transeuntes e suas maquininhas de fazer selfie.
Após atendê-los, saiu rua afora para pegar um caminho alternativo para o seu gabinete. Apesar de adotar passos de Usain Bolt nos cerca de 100 metros percorridos, foi parado seis vezes por admiradores e uma sétima por um homem que de dentro do carro gritou: "Vamos para os Estados Unidos, Bolsonaro"!
"Hahaha, se o Trump convidar..."
Entre uma foto e outra, Bolsonaro comentou a vitória do republicano. "Tem muita coisa em comum comigo, ele foi massacrado pela mídia de lá como eu sou massacrado pela daqui, não esquece esse detalhe."
E listou medidas de Trump que, justiça seja feita, ele prega há anos.
Para começar, críticas aos médicos cubanos e à imigração venezuelana, o que remete ao muro antimexicano de Trump. "Muro é força de expressão dele, mas não pode entrar no nosso país qualquer um."
Bolsonaro, que considera Ustra (símbolo da repressão durante a ditadura) um herói nacional, quer que todo cidadão de bem tenha uma arma. Para fazendeiros ele acha melhor um fuzil. "Porque a propriedade é privada. Se é privada, é sagrada."
A entrada do seu gabinete é decorada por um "mural da vergonha" com informes sobre o "kit gay" e a questão LGBTT. Mas ele diz não ser homofóbico. Teve até funcionário gay. "No momento não sei, aaacho que não tenho [enfatiza o 'acho']." Ele afirma que evoluiu no tema. No "linguajar", melhor dizendo. "Antes o calibre era muito pesado, mas continuo atirando na mesma direção."
Ao se acomodar no espaço reservado do pequeno gabinete, resumiu o estado de espírito: "Estou muito feliz". Na mesa, um jornal com a manchete: "Deu Trump. E agora?"
Bolsonaro quer presidir o Brasil. Na última pesquisa do Datafolha já chegava a 8% das intenções de voto. 

Um comentário:

Anônimo disse...

Bleargh! sub-produto da cloaca da lama política nacional.