quinta-feira, 5 de abril de 2018

Vocês querem reforma sem guilhotina? Vão para a França.



Olhem só.
Por aqui, fala-se há milênios numa reforma eleitoral que garanta maior representatividade.
A reforma nunca é feita. E se alguém propusesse a redução do número de congressistas, por certo seria levado à guilhotina.
Pois olhem só o que acontece na França, onde a guilhotina, sobretudo no final do século XVIII, respingava sangue dia e noite, noite e dia.
A França, meus caros, simplesmente reduzirá o número de seus parlamentares em quase um terço e adotará um critério de representação proporcional nas próximas eleições legislativas, uma grande reforma que visa restaurar a confiança dos eleitores em uma classe política altamente desacreditada.
As medidas estão em consonância com promessas de campanha do presidente Emmanuel Macron, e resultam de um acordo entre o governo e o líder do Senado, que é controlado pela oposição e cujo apoio é essencial para a aprovação das reformas.
O primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, avalia que as reformas, se aprovadas pelas duas casas do Parlamento conforme o acordo firmado, acelerarão o processo legislativo e darão mais voz a grupos atualmente sub-representados no Parlamento.
Entenderam?
Simples assim.
Aqui, haveria uma revolução – com guilhotina e tudo – se uma proposição como essa fosse apresentada.
Mas, no País que popularizou a guilhotina e que foi a Pátria de seu criador, o médico Joseph-Ignace Guillotin, uma reforma com esse alcance é feita rapidamente.
E democraticamente.
Sem guilhotina, registre-se.

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